terça-feira, 16 de novembro de 2010

Maior Negociação da História do Vinho - R$530.000,00

Uma garrafa de Cheval Blanc 1947, um Bordeaux raro que pertencia a um colecionador de vinhos, foi vendido por US$ 304 mil, cerca de R$ 530 mil, valor recorde para uma única peça de vinho, segundo a Christie's, organizadora do evento realizado nesta terça-feira, na Suíça.

A garrafa leiloada tem seis litros de bebida. "Esse vinho é, sem dúvida, um dos melhores Bordeaux de todos os tempos", disse Michael Ganne, especialista de vinhos da Christie's. A empresa disse que ficou dois anos tentando convencer o ex-proprietário da garrafa a colocá-la a venda.

Fonte: Reuters

domingo, 26 de setembro de 2010

Quebrada Seca - Um baita Chardonnay

Acabei de degustar um excelente vinho branco chileno o De Martino Single Vineyard Quebrada Seca Chardonnay 2008. O vinho é de um  vinhedo de 3 hectares no Vale de Limarí e passou 12 meses em barrica francesa. Um branco intenso, fresco e de respeito. Segundo informações recentemente foi eleito por por um crítico como o melhor chardonnay do chile. Tenho que dizer que estou tendendo a concordar.


Minha avalição:


Lindo amarelo palha com reflexos esverdeados é chorão e lento.
Nariz com baunilha, leve caramelo, frutas brancas (pessego, pera), lima, damasco e um toque mineral elegante.
Boca fantástica, fresca, lembra uma fruta ácida, perfeito equilíbrio e muito longo. Um grande vinho que ainda chama a atenção mais pela intensidade do que pela elegância, mas com certeza tratasse de um vinho diferenciado com um belo futuro.

Nota: 92 pts
Valor: $$$

Importador: Decanter.
Produtor: http://www.demartino.cl

sábado, 18 de setembro de 2010

Châteu Margaux com Screwcap



O Château Margaux, esta fazendo testes, com tampas metálicas de rosca (screwcap), e rolhas sintéticas.
Uma, ou duas vezes por ano, eles provam as garrafas, fechadas com as mesmas,
O diretor, Paul Pontallier, diz que terão uma definição até 2030, pois precisam aprender mais, e ter mais experiência sobre o assunto.

Fonte: News Rare Wines

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Degustação Chianti - 14/09/2010

Confrades em momento ímpar.
Noite especial em Itajaí ontem. A tão esperada degustação destes maravilhosos toscanos nos fizeram passear pelas regiões de Chianti Clássico indo até Colli Fiorentini.
Os vinhos da noite já haviam sido postados anteriormente e realmente estavam dentro do que se espera de um verdadeiro Chianti, acidez elevada e muita fruta.  
Os vinhos foram servidos as cegas com objetivo de evitar possíveis influência dos confrades pelas opiniões emitidas anteriormente pela critica especializada entre outras.
Segue pontuação média do grupo:

1* Chianti Classico 2006 (Isole e Olena) - 89
2* Chianti Classico 2007 (Badia a Coltibuono) - 87
3* Chianti Colli Fiorentini 2006 (Fattoria Lucignano) - 87
4* Chianti Classico Riserva 2006 (Fattoria Felsina) - 91
Média Geral da degustação - 89
*O número a frente do nome do vinho está ligado a ordem de serviço da noite e em nada tem a ver com a relação de melhor menor.
Tivemos nesta degustação a ilustre presença de nosso amigo Fábio Pletz do restaurante Chez Raymond de Itajaí, que preparou um excelente Filet Mignon a Boite acompanhado de uma massa. Quem quiser é só ir até lá e provar, vale muito a pena.

Fábio Trabalhando
Para encerrar a noite, mais fomos contemplados com excelente sobremesa acompanhado de um bom vinho do porto. Parabéns a Soninha mais uma vez.



Para os interessados em reserva o telefone do Chez Raymond é (47) 3348-7015.

domingo, 12 de setembro de 2010

Badia a Coltibuono Chianti Classico 2007

Produtor: Badia a Coltibuono
País: Itália
Região: Toscana
Safra: 2007
Tipo: Tinto
Volume: 750 ml
Uva: Sangiovese (90%) e Canaiolo (10%)
Vinhedos: Vinhedos Poggino, Vignone, Montebello, Argenina, localizados na região de Chianti.
Vinificação: Tradicional, com controle de temperatura.
Maturação: Maturado 12 meses em grandes barricas de carvalho francês e austríaco.
Temperatura de Serviço: 16 a 18ºC
Teor Alcoólico: 14%
Corpo: ---
Sugestão de Guarda: de 5 até 10 anos
Combinações: Massas, risottos e carnes

Classificado com os máximos "3 bicchieri" do Gambero Rosso - reservados apenas aos melhores vinhos da Itália - este é um dos grandes ícones da região de Chianti Classico, produzido de maneira totalmente natural, com uvas cultivadas pela agricultura biológica. Com um estilo clássico e sofisticado, mostra notas complexas e cativantes em um conjunto equilibrado e muito atraente.

Fonte: http://www.mistral.com.br
http://www.coltibuono.com/prod.asp?s=115&s2=21&p=5


O que dizem sobre ele?

"...porém o Chianti Classico Badia a Coltibuono 2006 que acabou de ser agraciado com os tre bicchieri do Gambero Roso, estava divino e bem mostrou a diferença de um vinho biológico, puro, sem maquiagens, com caráter, integro. Impecável e "Secondo Me" foi o destaque do almoço se considerarmos a relação de qualidade e preço."

Fonte: http://blogdodidu.zip.net/arch2008-10-19_2008-10-25.html

Isole e Olena Chianti Classico 2006

Produtor: Isole e Olena
País: Itália
Região: Toscana
Safra: 2006
Tipo: Tinto
Volume: 750 ml
Uva: Sangiovese, Canaiolo e Syrah
Vinhedos: "Isole" e "Olena"
Vinificação: Tradicional
Maturação:
Teor Alcoólico: 13,5%
Corpo: Médio
Sugestão de Guarda: até 5 anos
Combinações: Pastas ao molho de tomate

Um dos melhores e mais tradicionais produtores de Chianti Classico, Isole e Olena elabora vinhos muito típicos e marcantes, de grande elegância. Para Parker, "entra ano e sai ano, é um dos melhores vinhos de toda a região." Este verdadeiro super-Chianti é fino e sedoso, cheio de frutas maduras que lembram cerejas. Envolvente e delicioso.


Robert Parker's Wine Advocate: 89 points


O que dizem sobre ele?

"Se você está procurando realmente um delicioso Chianti Classico 2006 com transparência maravilhosa, delicadeza e sem qualquer indício de uvas não-toscanas, vá direto para o Isole e Olena 2006 Chianti Classico. Composto de 85% Sangiovese e quase 15% da suave e local Canaiolo, que Paolo De Marchi acredita adicionar graça ao Chianti Classico. Seu regular Chianti Classico também contém uma pequena porcentagem de Syrah, uma prática que remonta a 1980, quando a maioria das pessoas mistura com um pouco de Cabernet. Ele sentiu que isso realmente não funciona tão bem com a Sangiovese que estava produzindo em Isole, de acordo com o importador britânico David Gleabe, mas ele achava que o tempero da Syrah complementaria o sabor da Sangiovese que ele produziu. Ele tem usado quantidades variadas ao longo dos anos - 0-5%, dependendo do ano."

Jancis Robinson

Fontes: http://www.jancisrobinson.com/articles/a20090224.html
http://www.mistral.com.br

Fèlsina Berardenga Chianti Classico Riserva 2006


Produtor: Fattoria Fèlsina
País: Itália
Região: Toscana
Safra: 2006
Tipo: Tinto
Volume: 750 ml
Uva: 100% Sangiovese
Vinhedos: Vinhedo de mais de 50 anos de idade na comuna de Castelnuovo Berardenga.
Vinificação: Tradicional, com controle de temperatura.
Maturação: Maturado em barricas pequena e médias por 12 meses e 6 meses em garrafa antes de ser comercializado.
Temperatura de Serviço: 16 a 18ºC
Teor Alcoólico: 13,5%
Corpo: Encorpado
Sugestão de Guarda: de 5 até 10 anos
Combinações: Carnes vermelhas, cordeiro

Mais uma grande criação da Fattoria di Fèlsina, o sofisticado Chianti Classico Riserva já foi apontado como um dos "100 Melhores Vinhos do Mundo" pela Wine Spectator e descrito por Robert Parker como "simplesmente lindo - uma vibrante expressão da casta Sangiovese", merecendo 92 pontos na safra de 2006. Um Chianti Classico de referência.

O que dizem sobre ele?

Vermelho rubi profundo, mostra nos aromas toques de frutas vermelhas e chocolate amargo, mas o carvalho domina ainda. O paladar é muito bem estruturado, ligeiramente austero em termos acidez, mas é muito típico da denominação e é perfeito com os alimentos. Tânico. Em geral, demasiado jovem para dar prazer agora, mas vai ser excelente em cinco anos. 18+/20

Fonte: http://www.thewinedoctor.com/italy/felsina.shtml (tradução livre)
http://www.mistral.com.br

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Chegaram os Chianti

Pessoal, chegaram os vinhos da próxima degustação.
São eles:

Chianti Clássico 2007 - Badia a Cultibuono
Chianti Clássico 2006 - Isole e Olena
Chianti Colli Fiorentini 2006 - Fattoria di Lucignano
Chianti Classico Riserva 2006 - Fèlsina


Data: 14/09/2010
Hora: 19:30
Local: Casa do Marcos

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Elena Walch - Müller Thurgau 2008

Produtor: Elena Walch
País: Itália
Região: Tramin –Alto Adige
Safra: 2008
Tipo: Branco
Volume: 750 ml
Uva: 100% Muller Thurgau
Vinhedos:
Vinificação: Tradicional, fermentado em tanques de aço.
Maturação: Maturado em tanques de aço.
Temperatura de Serviço: 9 a 12ºC
Teor Alcoólico: 12,9 % Vol
Corpo: Médio
Sugestão de Guarda: até 4 anos
Combinações: Peixes de carne branca, Frutos do Mar (ostras, camarão), entradas leves.
Preço: $$$ (Ver post instruções para entendimento do blog)
Onde encontrar: Decanter (www.decanter.com.br )

Vinho de entrada da vinícola, uma seleção de Müller Thurgau, produzido por Helena Walch, uma arquiteta que se tornou produtora de vinho em 1985 depois de se casar com um membro da tradicional família Walch de produtores de vinho.

A região situa-se na encosta sul dos Alpes, onde durante o período de amadurecimento seus vales recebem ar quente do Mediterrâneo, e onde a maioria das montanhas e encostas são orientadas ao sul. Elena Walch começou a transformar as vinhas ao longo das linhas de qualidade, replantação com baixo rendimento, com clones de alta qualidade com variedades de uvas locais e internacionais. Utilizando o sistema de poda Guyot ao invés do tradicional pergola. Desta forma, as vinhas podem ser plantadas em uma densidade maior do que antes, embora cada pé produza uma quantidade muito menor do que no passado.

Vinho degustado pelos confrades Douglas e Leonardo em 09/09/2010, para aquecimento de uma partida de futebol.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Chianti Colli Fiorentini 2006


Produtor: Fattoria Lucignano
País: Itália
Região: Toscana
Safra: 2006
Tipo: Tinto
Volume: 750 ml
Uva: 80% Sangiovese, 10% Canaiolo Nero e 10% de outras castas
Vinhedos: Vinhedos em Colli Fiorentini, próximos à Florença.
Vinificação: Tradicional, com maceração em tanques de cimento.
Maturação: Maturado em tanques de cimento.
Temperatura de Serviço: 16 a 18ºC
Teor Alcoólico: 13,5 % Vol
Corpo: Médio
Sugestão de Guarda: até 5 anos
Combinações: Massas, queijos suaves
Preço: $$$ (Ver post instruções para entendimento do blog)
Onde encontrar: Mistral ( http://www.mistral.com.br/ )

Considerado pela The Wine Advocate de Robert Parker como um dos vinhos de "melhor relação qualidade/preço de todo o mundo", e "uma das maiores pechinchas da Itália", este saboroso Chianti é macio, fresco e cheio de fruta. Uma companhia perfeita para massas.

O que dizem sobre ele?

Um Chianti liso e fino, não da área original de produção mas de uma das sete outras sub-áreas permitidas para a produção de Chianti, por isso não é um chamado de Clássico, mas uma Colli Fiorentini, nome da sua sub-área de produção. Dentro da área de Chianti, Colli Fiorentini foi estabelecido pela primeira vez em 1932.
Fattoria di Lucignano tem seus vinhedos cercando a cidade medieval de Lucignano, localizado a apenas uma milha fora da fronteira ocidental da zona Chianti Classico. O Chianti Colli Fiorentini de Lucignano é considerado um dos melhores senão o melhor deste sub região.Descrição: cor vermelha escura, os caracteres distintivos Sangiovese no nariz com aromas de frutas muito vermelhas. cerejas maduras e sabores de frutos vermelhos prevalece sobre uma boca aveludada com um toque de violetas que aparecem no meio do palato. vinho seco ainda um acabamento muito bom mostrando taninos suaves atado com notas amadeiradas de duráveis final longo.

Intruções para entendimento do Blog

Este blog conforme dito no cabeçalho pertence uma confraria, e pretende ser uma forma de difusão do conhecimento e da paixão pelo vinho na internet. Grande parte das informações divulgadas aqui são impressões pessoais, não tendo intenção nem capacidade técnica de se tornar verdade absoluta.
O funcionamento básico das postagens se dará da seguinte forma:
  1. Todo mês é escolhido um tema para nossa degustação, será efetuado um posto sobre o tema (região, uva, estilo);
  2. Serão efetuados posts individuais sobre os vinhos escolhidos;
  3. Na semana da degustação (segunda terça-feira do mês) serão publicadas as médias e as impressões sobre os vinhos.

A classificação de preço se dará da seguinte forma:

$ abaixo de R$30

$$ R$30 - 50

$$$ R$50 - 100

$$$$ R$100 - 200

$$$$$ acima de R$200

As notas serão de 50 a 100 pontos, em modelo de ficha de degustação que será demonstrado neste blog em posts futuros.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Como abrir um vinho na hora do aperto?

Certamente você não faria isso com um porto de 20 anos, nem um borgonha não filtrado... Mas vai que você se depara com uma caixa de vinhos numa ilha deserta... Naufragos também merecem beber vinho...

domingo, 5 de setembro de 2010

Regiões - Chianti - Os Vinhos do Galo Negro

Os Vinhos do Galo Negro é o tema da nossa próxima degustação, vamos apreciar vinhos Chianti. Mas primeiro vamos conhecer melhor a história e características dos vinhos e da região.
http://www.abs-sp.com.br/imagens/pixel.gif


Chianti é um vinho tinto italiano produzido na região da Toscana.

A  região do Chianti, tão rica em história, cultura e tradição, está localizada na parte central da Itália, nas proximidades das cidades históricas de Florença e Siena ( reza a lenda, que tiveram seus limites territoriais demarcados pela disputa entre duas aves – um gallo nero,  Florença, e um gallo bianco, Siena ). O Gallo Nero, tornou-se o símbolo do vinho que, sabidamente, é o mais famoso do mundo, o Chianti. Mesmo com raízes históricas tão antigas, foi somente  em 1716, que o Gran Duque Cosimo III, da mítica família Médici de Florença, através de decreto, fez dessa região, a primeira área  vinícola geograficamente demarcada ( a segunda, foi a do Vinho do Porto,  em 1756, pelo Marquês de Pombal), em todo o mundo. A partir de então, somente era Chianti, o vinho produzido na região.

Os vinhedos de Chianti estão espalhados por toda a região, sendo que em 1932 foram definidas por lei sete zonas produtoras, dentro da apelação. São elas: Chianti Clássico, Colli Aretini, Colli Fiorentini, Colli Senesi, Colline Pisane, Montalbano e Rufina. Mesmo com a introdução das normas de DOC ( Denominazione di Origine Controlata) e DOCG (Denominazione di Origine Controlata e Garantita), estas subdivisões permaneceram inalteradas. A região de Chianti Clássico é a original (apenas foi um pouco aumentada), ficando situada na região montanhosa entre Florença e Sienna, produzindo os melhores vinhos de Chianti. Dos subdistritos, Rufina e Colli Fiorentini podem produzir vinhos no estilo dos Chianti Clássico. Os demais produzem vinhos mais leves, para consumo imediato e descompromissado.
Tendo como limites os Montes Apeninos ao Norte e a Leste, os vinhedos estão geralmente plantados nas encostas das montanhas, visando uma melhor drenagem do terreno e uma melhor exposição das uvas ao sol. O plantio em regiões mais elevadas (até 550m de altitude) visa atenuar os efeitos do calor, aumentando o período de amadurecimento das uvas e conseqüentemente seu teor de acidez.





Os solos são muito complexos, com predomínio de calcáreo, argila e pedregulhos. Há ainda um solo rochoso, de caráter xistoso, conhecido na região como galestro, que recobre o solo dos melhores vinhedos.

A uva Sangiovese é de longe a varietal mais importante na região de Chianti, sendo encontrada na sua forma Sangivese Piccolo. Na sua melhor expressão, a Sangivese produz vinhos de corpo médio a encorpado, secos, levemente picantes, bastante ácidos, com aromas e sabores de cerejas adocicadas e com leve toque amargo, especiarias e ervas.

É importante salientar que por ser a região de Chianti muito extensa, há uma enorme variedade de condições de crescimento das uvas, levando conseqüentemente a grandes diferenças de qualidade entre os diversos vinhos produzidos. Historicamente, nesta região a Sangiovese sempre produziu vinhos jovens, ligeiramente ásperos,com frutas ácidas e refrescantes, para serem consumidos jovens nos bares e "trattorias" de Florença e arredores, servidos nos tradicionais "fiasci" cobertos com palha.

Este é o vinho que o Barão Ricasoli tinha em mente quando virtualmente inventou o Chianti moderno há quase 100 anos, um vinho para ser consumido no máximo em um ano ou dois após a colheita. Mas, alguns produtores tinham grandes idéias para o Chianti e começaram a amadurecer os vinhos em enormes e antigos barris de madeira.

Isoladamente, este procedimento não seria suficiente para aniquilar todos os vinhos, mas combinado com as pouco ortodoxas leis que permitiam a mistura de até 30% da pouco expressiva uva branca Trebbiano, além de outras uvas tintas como a Canaiolo e às vezes a Mamolo e enorme produção da Sangiovese (sem qualquer controle), freqüentemente resultava num vinho magro, de cor laranja, com pouca fruta e nenhum prazer.

Com o advento das novas leis de DOCG, a uva Trebbiano teve inicialmente sua participação reduzida para 2% a 5%, sendo atualmente proibida nos Chianti Riserva, permitindo-se além disso a adição de até 10% de outras uvas tintas. Além disto, a produção de Sangiovese passou a ser rigorosamente controlada, diminuindo-se sensivelmente a quantidade de uva em cada safra, sendo instituído um criterioso sistema de escolha dos melhores clones, adequados ao local de plantio.

Assim hoje, quase todos os melhores exemplares de Chianti são cortes de Sangiovese com Cabernet Sauvignon, Merlot ou Syrah, ou então são feitos somente com Sangiovese (às vezes com muito pouco Canaiolo). Não há dúvida que os produtores destes vinhos, com o uso freqüente de pequenos barris de carvalho, conseguem que estes percam menos a fruta e tenham um processo de oxidação muito mais lento, estando um pouco fora do padrão histórico da região, mas pelo menos demonstram que existem plenas condições para a produção de vinhos de categoria internacional.

Os melhores produtores da região do Chianti Clássico são: Antinori, Badia a Coltibuono, Castello dei Rampola, Castello di Ama, Castelo di San Polo in Rosso, Felsina Berardenga, Fontodi, Isole e Olena, Querciabella, Riecine e San Giusto a Rentennano.


Fontes:
(Adaptado de Oz Clarke's New Essential Wine Book, Oz Clarke's Wine Atlas, Hugh Johnson's Pocket Wine Book, Oz Clarke's Wine Advisor 1997, Tom Stevenson's Sotheby's World Wine Encyclopedia e Jancis Robinson's The Oxford Companion to Wine, especialmente para a ABS São Paulo) © 1998 Por Arthur Piccolomini de Azeved


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Degustação Cabernet Sauvignon - 06/07/2010


Seguindo o compromisso de colocar no blog as últimas degustações, segue a degustação que tivemos no dia 06/07/2010.
O tema da degustação era a cepa Cabernet Sauvignon, e que degustação tivemos!! Realmente uma das melhores do grupo, ao menos das que eu participei. Tivemos quatro vinhos conforme abaixo:
Bin 407 (2004)
Produtor: Penfolds
País/Região: Austrália/South Australia
Cepa: 100% Cabernet Sauvignon
12 meses de barrica de carvalho
Média Confraria: 91,2

Viñas del Vero Cabernet Sauvignon Colección
Produtor: Viñas del Vero
País/Região: Espanha/Somontano
Cepa: 100% Cabernet Sauvignon
10 meses de barrica de carvalho
Média Confraria; 87,25

Robert Mondavi Napa Valley Cabernet Sauvignon 2006
Produtor: Robert Mondavi
País/Região: Estados Unidos/Napa Valley
Cepa: 85% Cabernet Sauvignon, 5% Cabernet Franc, 5% Merlot, 2% Petit Verdot, 2% Malbec e 1% Syrah
14 meses de barrica de carvalho
Média Confraria: 94,37

Boekenhoutskloof Cabernet Sauvignon 2007
Produtor: Boekenhoutskloof
País/Região: África do Sul/Cape
Cepa: 100% Cabernet Sauvignon
Envelhecimento não identificado.
Média Confraria; 90,75
Por fim no quesito nota o vinho da noite foi o Robert Mondavi, mas todos os vinhos se apresentaram excelentemente bem.
Para concluir a noite o jantar foi um javali assado na churrasqueira em excelente tempero.

domingo, 29 de agosto de 2010

Salmão com Molho de Espumante e Caviar



Final de semana fiz esta receita Salmão retirada do site Cyber Cook(http://www.cybercook.com.br/) , segundo o site o prato é assinado pelo chef Allan Vila Espejo. O prato com influência francesa, é muito refinado, além de ficar muito belo após montado. Quanto ao sabor, garanto que certamente agradará aos paladares mais exigentes.




Ingredientes
  • 400 gramas de Salmão em filés;
  • 500 gramas de creme de leite fresco;
  • 200 ml de espumante seco;
  • 20 gramas de caviar;
  • 1 cebola em pedaços pequenos;
  • 2 colheres de sopa de manteiga;
  • quanto baste de pimenta-do-reino branca;
  • quanto baste de sal.
Preparo

Aqueça metade da manteiga e doure a cebola, acrescente a cebola, o espumante, o creme de leite, sal e a pimenta deixando reduzir (levei mais ou menos uns 20 min). Coe este molho voltando a panela e acrescentando o caviar (mexer com certo cuidado para não amassar as bolinhas de caviar).

Doure o peixe, após temperado com sal e pimenta, com a manteiga restante. Sirva o peixe coberto pelo molho acompanhado de pure de batata.

Tomei neste jantar um espumante Mumm Cuvée Spéciale Brut (Argentino), o qual harmonizou razoavelmente bem com o peixe. O espumante de coloração dourada e muito gás (apesar da perlage não ser das mais bonitas), apresentou notas de abacaxi, melão com presença de avelãs e fermento ao final. Um pouco doce ao final. Sugiro para combinar melhor uma espumante de maior qualidade, se possível um bom Champagne, um Pouilly-Fumé e quem sabe até um rosé.

Abraços e boa semana!!!

domingo, 22 de agosto de 2010

O Vinho Prolongando a Vida - Um Brinde a Saúde

Reportagem interessante do Globo Repórter sobre os benefícios do vinho para a saúde. Ficamos felizes de estar nos divertindo e ainda adquirindo anti corpus.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Vinho do Galvão Bueno

Galvão Bueno realiza sonho antigo e lança vinhos em noite cheia de esportistas
18/08/2010
Renata Reif, especial para o iG


Na noite dessa terça-feira (17), o comentarista esportivo Galvão Bueno realizou um sonho antigo: lançou seus próprios vinhos, o Bueno Paralelo 21 e o Bueno Cuvée Prestige, no Dorothy Parker, em São Paulo. Muitos amigos como o craque Ronaldo, o técnico da Seleção Mano Menezes, os pilotos Felipe Massa e Rubens Barrichelo e o apresentador Jô Soares foram prestigiar Galvão e conhecer seus rótulos.

"Estou eufórico. Extremamente feliz e orgulhoso de ver amigos de todas as partes e segmentos, do esporte, da família, das artes. Não só pessoas famosas, mas pessoas do dia-a-dia, pessoas queridas", disse Galvão, que ainda contou como se tornou um expert na bebida.


"É uma paixão antiga, coisa de mais de 30 anos viajando pelo mundo, desgustando e apurando o paladar. Gosto de tudo que é bom, dos toscanos, de Piemonte, espanhóis, de Portugal, Argentina, Chile, África do Sul e Austrália, mas nada se compara ao equilíbrio do Bordeaux", explicou o anfitrião. "Por isso o Bueno é Bordeaux.  Hoje é o lançamento de dois rótulos Bueno que tem cinco terroirs diferentes e sete vinículas", continuou.

fonte: http://gente.ig.com.br

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Vagón Devoto - Boa comida longe da Buenos Aires Turística


Para quem vai a Buenos Aires/AR, a passagem obrigatória além do Tango é nos bons restaurantes de Puerto Madero, mas o que se faz e se come fora dos destinos mais turísticos da capital porteña?

O Vagon Devoto é uma opção para começar, trata-se de um autêntico vagão restaurante inglês de 1906, com todo o explendor da madeira nobre da época e sua decoraçaõ em bronze. O vagão fica ao lado direito de quem vem do centro de Buenos Aires pela linha San Martin do trem metropolitano de Buenos Aires, a aparência por fora demonstra o tempo de vida do vagão, mas o interior é aconchegante, intimista além do atendimento ser muito caloroso. No momento em que chegamos (já eram passado das 14:00 o restaurante estava vazio) logo a música foi trocada para Daniela Mercury, providencial.

A comida é boa, comemos uma entrada de pães com patê de cordeiro, como prato principal cordeiro em redução de vinho do porto com batatas assadas e salada. O vinho era a indicação da casa "Vino Tinto Artesanal Malbec Familia Martinez Croce", combinou muito com a ocasião valendo cada centavo pago. E boas notícias, o preço do almoço realmente foi excelente.

Para chegar se leva á partir do centro de Buenos Aires cerca de 40 minutos de metro e trem. Com certeza é uma Buenos Aires diferente da turística.

Para maiores detalhes acessem http://www.vagondevoto.com/ .

Argentina, Existe vida além do Malbec - Confraria 10/08/2010


Já faz algum tempo que começamos este blog, e até o presente momento não tinhamos postado nenhuma foto da confraria em ação, aí vai uma.

Nosso último encontro foi em 10/08/2010, clima frio em Itajaí/SC os vinhos fizeram por merecer o clima e agradaram. Leiam a seguir as pontuações.


Bramare Malbec 2008, Viña Cobos, R$195,00 - Média 91,4

Trapiche Gran Medalla, Não localizamos venda no Brasil - Média 88,1

BenMarco Expressivo Assemblage 2005, Susana Balbo, R$134,90 - Média 90,2

Q Tempranillo 2005, Família Zuccardi, R$100,00 - Média 90,4

Cuvelier de Los Andes Grand Vin 2007, Cuvelier de Los Andes, R$148,00 - Média 91,6


Ao mesmo tempo ficamos felizes por beber bons vinhos e triste com os preços deles no Brasil, esta degustação só foi possível pelos vinhos terem sido trazidos diretamente de Buenos Aires. Todos estes vinho por lá não custaram mais que R$340,00 de acordo com o câmbio de 19/07/2010, em que R$1,00 estava valendo aproximadamente AR$2,00.

Na janta tivemos de entrada uma Beringela a Parmegiana, e como prato principal Picanha, acompanhada de pimentão ao ojo (pimentão com ovo assado dentro), de sobremesa tivemos um cheescake com calda de frutas vermelhas realmente muito bom.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Cresce importação de espumantes argentinos - em espanhol

En los primeros cuatro meses de 2010, las importaciones brasileñas de vino espumante argentino crecieron 139% en valor y 131% en volumen, a pesar de los problemas con respecto a las licencias no automáticas. Excelentes perspectivas.



Brasil, el mercado más grande de América del Sur, parece volver a despertarse. Según el Ministerio de Desarrollo, Industria y Comercio Exterior de Brasil, las importaciones de vino fraccionado crecieron 32,7% en valor y 27% en volumen, en los primeros cuatro meses de 2010. Durante este período, las importaciones brasileras de vino argentino fraccionado aumentaron un 31%, pasando de U$S 8,41 millones a U$S 11,03 millones, representando el 23% del share de mercado.
Del total de las importaciones, sólo cinco proveedores de vino fraccionado a Brasil concentran más del 90%. En primer lugar se encuentra Chile, seguido por Argentina, Portugal, Italia y Francia.
Un dato importante es que hoy Argentina está enviando vinos más caros que Chile. Este país, bajó un 1,1%, pasando de US$ 2,76 a US$ 2,73 por botella de litro. Mientras que Argentina, creció un 10%, pasando de enviar el litro en el 2009 de US$ 2,80 a US$ 3,08 en el 2010.
Comparando estos precios, Francia es el país de mayor crecimiento (32%) con un precio promedio de US$ 8,46 la botella.
Finalmente, las importaciones de vino espumante tuvieron un importante crecimiento del 21% en valor y 38% en volumen. En este sentido, Francia lidera la tabla con el 59% del share, seguido de Italia con el 17% y Argentina con el 14%. El dato más alentador, es que las importaciones argentinas a Brasil en espumantes, crecieron 139% en valor y 131% en volumen, pasando de vender 97 mil litros en 2009, a 225 mil litros en 2010. Éste es un dato por demás importante, ya que Brasil imprime su sello en estos vinos. El mercado vitivinícola se centra en estos productos, no sólo por su producción sino también por la calidad.

Brasil, un mercado interesante
A pesar de la crisis financiera mundial, que golpeó fuertemente a la economía brasilera, hoy, este país vuelve a reactivarse. Por un lado, el real brasilero comienza a apreciarse frente a la divisa estadounidense. Otro dato que va de la mano del consumo, es que Brasil prevé generar este año, dos millones de puestos de trabajo, aumentando, además, el salario mínimo en un 45%.
Según datos de la fundación ProMendoza, Brasil tiene una población de 180 millones de habitantes y el 10% tiene condiciones sociales, económicas y culturales para el consumo de vino (aproximadamente, unos 18 millones de personas).
Hay un consumo de 320 millones de litros de vino por año entre viníferas y comunes. Son importados 30 millones de litros/año y el consumo per cápita actual es de 1,8 litros/año con una participación de sólo el 1% en el consumo de bebidas alcohólicas. "El potencial de consumo en Brasil es muy grande, no sólo por el consumo per cápita, sino por el crecimiento de la población en condiciones de consumo", señala un informe de la fundación.
El mayor consumo de vinos continúa registrándose en la región sudeste, con especial atención en los estados de Sao Paulo y la ciudad de Río de Janeiro, que concentran alrededor del 80% del consumo nacional.

Los negocios con el gigante 
A pesar de que los números de las importaciones brasileras muestran porcentajes alentadores, los problemas con nuestro principal socio del MERCOSUR continúan. Recordemos que hace un año atrás, la secretaría de Comercio comandada por Guillermo Moreno decidió hacer no automáticas las licencias para la industria automotriz, los electrodomésticos, los zapatos, así como también otros productos.  De esta manera, Brasil se "puso en contra de la vitivinicultura argentina".
Juan Carlos Pina, gerente de Bodegas de Argentina, destacó que "esta clara devolución de gentilezas del gobierno brasilero por lo que hizo el gobierno argentino contra varios productos de exportación de Brasil, es algo que nos sigue trayendo problemas, ya que las licencias para algunas bodegas se ha extendido a 60 días". También destacó que ante esta problemática, la solución de las empresas ha sido trabajar a largo plazo con su importador. "Esta situación debería solucionarse, pero hasta el momento no se ve ningún signo a la vista".


Laura  Saieg
lsaieg@areadelvino.com

Outubro/2010 - Controle Fiscal dos Importados

Apenas lembrando a todos que a partir de Outubro/2010 inicia no Brasil a obrigatoriedade do uso de um novo selo de controle fiscal em cada garrafa de vinho importado.

A estimativa de produtores Argentinos é de que esta medida irá custar entre US$ 2.500 e US$ 4.000 por container com o produto.

O selo é por garrafa e deverá ser colocado no produto durante a nacionalização da mercadoria, gerando um aumento no custo do vinho devido ao custo do selo e da operação logística envolvida.

O intuito do governo é aumentar o controle sobre a importação de bebidas alcoólicas, evitando o contrabando. Por outro lado esta medida atende a um pedido das vinícolas nacionais para aumentar o imposto de vinhos do cone sul que invadem nossas prateleiras a preços muito baixos, competindo de forma "desleal" com os produtos nacionais.

Nos resta aguardar para ver o impacto que isso causará nos preços dos vinhos.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Confraria 09/02/2010 - Brancos Australianos




Dia 09/02/2010 tivemos mais uma confraria. Surpreendam-se mas ao contrário das bombas tintas da quase continental Austrália, os brancos foram praticamente adorados. Acredito impiricamente que em nenhuma confraria até o presente momento tivemos uma média geral de 90 pontos.
Parabéns pelas brilhantes escolhas para esta degustação, segue informações

Shadow´s Run Chardonnay 2007
Produtor Fox Creek
Região South Austrália, McLaren Vale
Graduação Alcoólica; 13,8º
Média geral da confraria - 86 pontos.

Polish Hill Riesling 2008
Produtor Grosset
Região de Clare Valley
Graduação Alcoólica 13º
Média geral da confraria - 91 pontos.

Alma Reserva Chardonnay 2005
Produtor Schild
Região Barossa Valley
Graduação Alcoólica: 13,5º
Média geral da confraria - 93 pontos.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Vinho contra a Gripe

Segue notícia divugada no site da revista Adega no dia de hoje:

"O governo federal anunciou que vai gastar 1 bilhão de reais para distribuir vacinas contra a perigosa gripe A, do vírus H1N1, que assustou o mundo em 2009 e matou milhares de pessoas.
Aliados à essa preocupação com a saúde, devemos lembrar que o vinho é um alimento que, se consumido moderadamente, beneficia diversas áreas de nosso organismo e impede doenças. Uma das razões é a quantidade de polifenóis presentes na bebida" .
Estou quase convencido que somente a mesma tributação de alimento não é suficiente pelos benefícios que o vinho traz, ele deveria é ter subsídios de remédio.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

El Vino...


El vino.


Sí señor, sí señor,

El vino puede sacar cosas que el hombre se calla.

Que deberían salir cuando el hombre bebe agua.

Va buscando pecho adentro por los silencios del alma

Y les va poniendo voces y los va haciendo palabras.

A veces saca una pena, que por ser pena es amarga,

Sobre su palco de fuego la pone a bailar descalza.

Baila y bailando se crece, hasta que el vino se acaba

Y entonces vuelve la pena a ser silencio del alma.


Sí señor,

El vino puede sacar cosas que el hombre se calla.

Cosas que queman por dentro, cosas que pudren el alma

De los que bajan los ojos, de los que esconden la cara.

El vino entonces libera la valentía encerrada

Y los disfraza de machos, como por arte de magia.

Y entonces son bravucones, hasta que el vino se acaba.

Pues del matón al cobarde, sólo media la resaca.


Sí señor,

El vino puede sacar cosas que el hombre se calla.

Cambia el prisma de las cosas cuando más les hace falta.

A los que llevan sus culpas como una cruz a la espalda.

La impura se piensa pura, como cuando era muchacha,

Y el astado regatea la medida de su drama.

Y todo tiene colores de castidad simulada.

Pues siempre acaban el vino y los dos, en la misma cama.



Sí señor,

El vino puede sacar cosas que el hombre se calla.

Pero ¡qué lindo es el vino!

El que se bebe en la casa del que está limpio por dentro

Y tiene, y tiene brillando el alma.

Que nunca le tiembla el pulso cuando pulsa una guitarra,

Que no le falta un amigo ni noches para gastarlas,

Que cuando tiene un pecado, siempre se nota en su cara.

Que bebe el vino por vino, y bebe el agua por agua.


Alberto Cortez

Degustação 12/01/2010 - Gewurstraminer

No dia 12/01/2010 tivemos a primeira confraria do ano, com a presença de todos os confrades, além da ilustríssima presença de nosso amigo Jorge diretamente da Argentina.

Para curiosidade Gewurs = especiaria e traminer = aromática.

Assim ficaram as médias das avaliações para os vinhos acima:
1) Gewurztraminer Saint Hippolyte 2004 (Domaine Marcel Deiss) - 85 pts.
2) Gewurztraminer Brand de Turckhiem Grand Cru 2004 (Dopff au Moulin) - 88 pts.
3) Casillero del Diablo Gewurztraminer (Concha y Toro) - 83 pts.
4) Aurora Varietal Gewurztraminer (Aurora) - 80 pts.

Produtores Ingleses sentem aquecimento global


Já foi dito que com o aquecimento global, algumas áreas que antes eram pouco propícias para o plantio de uva passariam a produzir grandes vinhos. E na Inglaterra, isso já está começando a acontecer. Apesar do verão atípico do ano passado, os vinicultores classificaram a safra de 2009 como "uma das melhores da história". O mês de julho na Inglaterra foi marcado pelo clima úmido, principalmente no sudoeste do país, o que poderia ter afetado a safra, se não fosse o calor percebido no outono. Pelo visto, essa confusão de climas e temperaturas apenas tornou a uva ainda mais gostosa. 
A associação dos Produtores de Vinho da Inglaterra reportou que foram colhidas frutas excepcionais em todo o país, com as variedades Chardonnay e as Pinots possuindo nível alcoólico possivelmente entre 11% e 13%. A safra de 2009 foi marcada pela falta de geadas, além de um tempo quente e seco durante o período das floradas. Mesmo as chuvas fora de época em julho foram bem vindas para repor a umidade do solo. 
A taxa de açúcar percebida é uma das mais altas já registradas, a acidez é boa e o flavor dos vinhos brancos é "excelente", ainda segundo a associação. Um produtor inglês chegou a afirmar que foi um prazer ver aquelas uvas em tão limpas. Outro contou que essa foi provavelmente a melhor safra de sua vida. Segundo a associação dos Produtores de Vinho da Inglaterra, o volume de vinho produzido em 2009 deve ultrapassar a marca dos dois últimos anos, graças a uma série de novos vinicultores. A produção pode até ser maior do que a de 2006, ano em que foram fabricadas três milhões de garrafas de vinho.


Fonte: Revista Adega - janeiro 2010

O Efeito Vasodilatador do Vinho

Algumas taças de vinho por dia podem fazer muito bem à saúde. Pesquisadores franceses descobriram o mecanismo molecular que explica a ação do vinho na saúde das veias e artérias. Os estudos, que foram realizados em ratos, visavam estudar os efeitos dos polifenóis presentes no vinho. Eles são um grupo de substâncias químicas que, graças à produção de monóxido de carbono (CO) têm efeito vasodilatador. A equipe conseguiu comprovar que um tipo específico de polifenól, a delfinidina, desencadeia uma série de reações que no final provoca o relaxamento vascular, segundo explicou o autor do estudo, Matthieu Chapolin. Desta maneira, as veias do corpo têm menos chances de ficarem entupidas e, conseqüentemente, o risco de doenças cardíacas diminuí.

Fonte: Revista Adega - janeiro 2010

sábado, 16 de janeiro de 2010

Você se Considera um ENOCHATO ?????

O injusto sofrimento dos enófilos
Mauricio Tagliari
De São Paulo


Prometo que não vou reclamar novamente dos altíssimos impostos cobrados sobre os vinhos no Brasil. O assunto é outro. Sou só eu ou mais alguém percebe que está na moda falar mal de quem gosta de vinhos? Em alguns círculos e na mídia em geral, parece que o legal é ironizar quem demonstra um interesse mais sério a respeito de vinhos. Basta você tentar sentir o aroma de um deles em um restaurante mais descolado que alguém da mesa do lado olha torto, com ar superior, como quem diz "olha aí mais um enochato"! Às vezes, até mesmo alguém da sua mesa solta uma gracinha a respeito.

Pior! Todo texto de colunista ou blogueiro mais esperto, até os que tenho em alta conta, não perde a oportunidade de dizer o quanto é ridículo girar taça em público, que não se deve enfiar o nariz no copo, que é bobagem olhar a rolha, etc. E todos pregam na testa do coitado do enófilo o epíteto "enochato". Já soube de conhecidos que, apesar de gostarem de bons vinhos, intimidam-se de pedi-los em público. Passaram a pedir cervejas mais finas. Mas, mesmo assim, disfarçam ao "cheirar" a bebida para não serem censurados ou ironizados.

Me pergunto qual seria a razão desta fúria. Inveja da sensibilidade alheia? Medo do desconhecido? Preguiça? Necessidade moderna de parecer tosco para ser interessante? Ou todas as anteriores? Pela minha experiência no mundo da música, aposto na última alternativa. É um estranho fenômeno moderno, este. Moderno no sentido do início do século XX. Mas que agora chegou até à classe média.

Para ser cool e sofisticados, temos de ser desleixados, proto-ignorantes. Temos de valorizar a estranheza e não gostar do que seria de bom tom gostar. Somos todos um pouco dadaístas, um pouco snobs e, por que não, um pouco toscos! Mas com "atitude".

Por que cair de pau justamente nas "enopessoas"? Há chatos muito piores e mais ruidosos. Os cinéfilos, por exemplo. Outro dia quase saí correndo ao escutar as bobagens que uma atriz cult vomitava na fileira de trás do cinema para suas duas amigas! Mas não me ocorreu chamá-la de "cinechata"... E os maníacos por futebol? Alguns beirando o insuportável. E sem freios civilizatórios. Quem os trata por "futechatos"? E os nerds? E os geeks? A lista é enorme.

O termo enochato se disseminou de tal maneira que passou a ser arremessado contra qualquer pobre apreciador de vinho. Além disso, é uma jabuticaba! Só existe no Brasil. Há o wine bore em inglês mas não é exatamente a mesma coisa. Ou o arcaico italiano enolaio. Mas não destilam o mesmo preconceito contra o cidadão que tenta simplesmente degustar seu vinhozinho sem fazer mal ao próximo.

É claro que há chatos em qualquer atividade, trabalho ou hobby. E provavelmente um ou outro novo rico, snob e chato pode ter irritado muita gente com seu papo de vinho. Talvez até mesmo algum inocente apreciador mais entusiasmado tenha atravessado um pouco a linha da chatice. Mas, convenhamos, a reação da sociedade foi exagerada: cunhou um neologismo!

Penso tudo isso após um jantar com Maurizio Zanella, o proprietário, enólogo e ideólogo da Ca' del Bosco, uma estrela da Franciacorta, região que produz o melhor espumante da Itália. Do nível dos melhores Champagnes.

Seu charme despojado, entusiamo e conhecimento de causa nos remete a um mundo em que apreciar vinho é a coisa mais natural. Um mundo onde não existem nem enochatos nem seus críticos. Um mundo no qual todos somos curiosos, honestos e sem preconceitos.

Zanella contou sua trajetória de estudante relapso de uma família sem tradição vitivinícola a produtor de vinhos finíssimos (e caros) com humildade e bom humor. Contou-nos que, ironicamente, os jogadores brasileiros do Milan, clube do qual é conselheiro, têm um grande interesse e uma cultura de vinhos maior do que a dos jogadores italianos. Confirmou, inclusive, que o capitão Cafu é um coineusseur.

Criticou fundamentadamente as taças flute para beber espumantes mais encorpados e aromáticos como os Franciacorta e Champangnes. E mais, enfiou no copo seu nariz italiano despudoradamente para apreciar os deliciosos aromas de seus vinhos. E por que não seria assim? Afinal, ele nem sabe da existência dos enochatos. E não tem nenhuma razão para se sentir intimidado pelos "espertochatos".