quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Vinho contra a Gripe

Segue notícia divugada no site da revista Adega no dia de hoje:

"O governo federal anunciou que vai gastar 1 bilhão de reais para distribuir vacinas contra a perigosa gripe A, do vírus H1N1, que assustou o mundo em 2009 e matou milhares de pessoas.
Aliados à essa preocupação com a saúde, devemos lembrar que o vinho é um alimento que, se consumido moderadamente, beneficia diversas áreas de nosso organismo e impede doenças. Uma das razões é a quantidade de polifenóis presentes na bebida" .
Estou quase convencido que somente a mesma tributação de alimento não é suficiente pelos benefícios que o vinho traz, ele deveria é ter subsídios de remédio.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

El Vino...


El vino.


Sí señor, sí señor,

El vino puede sacar cosas que el hombre se calla.

Que deberían salir cuando el hombre bebe agua.

Va buscando pecho adentro por los silencios del alma

Y les va poniendo voces y los va haciendo palabras.

A veces saca una pena, que por ser pena es amarga,

Sobre su palco de fuego la pone a bailar descalza.

Baila y bailando se crece, hasta que el vino se acaba

Y entonces vuelve la pena a ser silencio del alma.


Sí señor,

El vino puede sacar cosas que el hombre se calla.

Cosas que queman por dentro, cosas que pudren el alma

De los que bajan los ojos, de los que esconden la cara.

El vino entonces libera la valentía encerrada

Y los disfraza de machos, como por arte de magia.

Y entonces son bravucones, hasta que el vino se acaba.

Pues del matón al cobarde, sólo media la resaca.


Sí señor,

El vino puede sacar cosas que el hombre se calla.

Cambia el prisma de las cosas cuando más les hace falta.

A los que llevan sus culpas como una cruz a la espalda.

La impura se piensa pura, como cuando era muchacha,

Y el astado regatea la medida de su drama.

Y todo tiene colores de castidad simulada.

Pues siempre acaban el vino y los dos, en la misma cama.



Sí señor,

El vino puede sacar cosas que el hombre se calla.

Pero ¡qué lindo es el vino!

El que se bebe en la casa del que está limpio por dentro

Y tiene, y tiene brillando el alma.

Que nunca le tiembla el pulso cuando pulsa una guitarra,

Que no le falta un amigo ni noches para gastarlas,

Que cuando tiene un pecado, siempre se nota en su cara.

Que bebe el vino por vino, y bebe el agua por agua.


Alberto Cortez

Degustação 12/01/2010 - Gewurstraminer

No dia 12/01/2010 tivemos a primeira confraria do ano, com a presença de todos os confrades, além da ilustríssima presença de nosso amigo Jorge diretamente da Argentina.

Para curiosidade Gewurs = especiaria e traminer = aromática.

Assim ficaram as médias das avaliações para os vinhos acima:
1) Gewurztraminer Saint Hippolyte 2004 (Domaine Marcel Deiss) - 85 pts.
2) Gewurztraminer Brand de Turckhiem Grand Cru 2004 (Dopff au Moulin) - 88 pts.
3) Casillero del Diablo Gewurztraminer (Concha y Toro) - 83 pts.
4) Aurora Varietal Gewurztraminer (Aurora) - 80 pts.

Produtores Ingleses sentem aquecimento global


Já foi dito que com o aquecimento global, algumas áreas que antes eram pouco propícias para o plantio de uva passariam a produzir grandes vinhos. E na Inglaterra, isso já está começando a acontecer. Apesar do verão atípico do ano passado, os vinicultores classificaram a safra de 2009 como "uma das melhores da história". O mês de julho na Inglaterra foi marcado pelo clima úmido, principalmente no sudoeste do país, o que poderia ter afetado a safra, se não fosse o calor percebido no outono. Pelo visto, essa confusão de climas e temperaturas apenas tornou a uva ainda mais gostosa. 
A associação dos Produtores de Vinho da Inglaterra reportou que foram colhidas frutas excepcionais em todo o país, com as variedades Chardonnay e as Pinots possuindo nível alcoólico possivelmente entre 11% e 13%. A safra de 2009 foi marcada pela falta de geadas, além de um tempo quente e seco durante o período das floradas. Mesmo as chuvas fora de época em julho foram bem vindas para repor a umidade do solo. 
A taxa de açúcar percebida é uma das mais altas já registradas, a acidez é boa e o flavor dos vinhos brancos é "excelente", ainda segundo a associação. Um produtor inglês chegou a afirmar que foi um prazer ver aquelas uvas em tão limpas. Outro contou que essa foi provavelmente a melhor safra de sua vida. Segundo a associação dos Produtores de Vinho da Inglaterra, o volume de vinho produzido em 2009 deve ultrapassar a marca dos dois últimos anos, graças a uma série de novos vinicultores. A produção pode até ser maior do que a de 2006, ano em que foram fabricadas três milhões de garrafas de vinho.


Fonte: Revista Adega - janeiro 2010

O Efeito Vasodilatador do Vinho

Algumas taças de vinho por dia podem fazer muito bem à saúde. Pesquisadores franceses descobriram o mecanismo molecular que explica a ação do vinho na saúde das veias e artérias. Os estudos, que foram realizados em ratos, visavam estudar os efeitos dos polifenóis presentes no vinho. Eles são um grupo de substâncias químicas que, graças à produção de monóxido de carbono (CO) têm efeito vasodilatador. A equipe conseguiu comprovar que um tipo específico de polifenól, a delfinidina, desencadeia uma série de reações que no final provoca o relaxamento vascular, segundo explicou o autor do estudo, Matthieu Chapolin. Desta maneira, as veias do corpo têm menos chances de ficarem entupidas e, conseqüentemente, o risco de doenças cardíacas diminuí.

Fonte: Revista Adega - janeiro 2010

sábado, 16 de janeiro de 2010

Você se Considera um ENOCHATO ?????

O injusto sofrimento dos enófilos
Mauricio Tagliari
De São Paulo


Prometo que não vou reclamar novamente dos altíssimos impostos cobrados sobre os vinhos no Brasil. O assunto é outro. Sou só eu ou mais alguém percebe que está na moda falar mal de quem gosta de vinhos? Em alguns círculos e na mídia em geral, parece que o legal é ironizar quem demonstra um interesse mais sério a respeito de vinhos. Basta você tentar sentir o aroma de um deles em um restaurante mais descolado que alguém da mesa do lado olha torto, com ar superior, como quem diz "olha aí mais um enochato"! Às vezes, até mesmo alguém da sua mesa solta uma gracinha a respeito.

Pior! Todo texto de colunista ou blogueiro mais esperto, até os que tenho em alta conta, não perde a oportunidade de dizer o quanto é ridículo girar taça em público, que não se deve enfiar o nariz no copo, que é bobagem olhar a rolha, etc. E todos pregam na testa do coitado do enófilo o epíteto "enochato". Já soube de conhecidos que, apesar de gostarem de bons vinhos, intimidam-se de pedi-los em público. Passaram a pedir cervejas mais finas. Mas, mesmo assim, disfarçam ao "cheirar" a bebida para não serem censurados ou ironizados.

Me pergunto qual seria a razão desta fúria. Inveja da sensibilidade alheia? Medo do desconhecido? Preguiça? Necessidade moderna de parecer tosco para ser interessante? Ou todas as anteriores? Pela minha experiência no mundo da música, aposto na última alternativa. É um estranho fenômeno moderno, este. Moderno no sentido do início do século XX. Mas que agora chegou até à classe média.

Para ser cool e sofisticados, temos de ser desleixados, proto-ignorantes. Temos de valorizar a estranheza e não gostar do que seria de bom tom gostar. Somos todos um pouco dadaístas, um pouco snobs e, por que não, um pouco toscos! Mas com "atitude".

Por que cair de pau justamente nas "enopessoas"? Há chatos muito piores e mais ruidosos. Os cinéfilos, por exemplo. Outro dia quase saí correndo ao escutar as bobagens que uma atriz cult vomitava na fileira de trás do cinema para suas duas amigas! Mas não me ocorreu chamá-la de "cinechata"... E os maníacos por futebol? Alguns beirando o insuportável. E sem freios civilizatórios. Quem os trata por "futechatos"? E os nerds? E os geeks? A lista é enorme.

O termo enochato se disseminou de tal maneira que passou a ser arremessado contra qualquer pobre apreciador de vinho. Além disso, é uma jabuticaba! Só existe no Brasil. Há o wine bore em inglês mas não é exatamente a mesma coisa. Ou o arcaico italiano enolaio. Mas não destilam o mesmo preconceito contra o cidadão que tenta simplesmente degustar seu vinhozinho sem fazer mal ao próximo.

É claro que há chatos em qualquer atividade, trabalho ou hobby. E provavelmente um ou outro novo rico, snob e chato pode ter irritado muita gente com seu papo de vinho. Talvez até mesmo algum inocente apreciador mais entusiasmado tenha atravessado um pouco a linha da chatice. Mas, convenhamos, a reação da sociedade foi exagerada: cunhou um neologismo!

Penso tudo isso após um jantar com Maurizio Zanella, o proprietário, enólogo e ideólogo da Ca' del Bosco, uma estrela da Franciacorta, região que produz o melhor espumante da Itália. Do nível dos melhores Champagnes.

Seu charme despojado, entusiamo e conhecimento de causa nos remete a um mundo em que apreciar vinho é a coisa mais natural. Um mundo onde não existem nem enochatos nem seus críticos. Um mundo no qual todos somos curiosos, honestos e sem preconceitos.

Zanella contou sua trajetória de estudante relapso de uma família sem tradição vitivinícola a produtor de vinhos finíssimos (e caros) com humildade e bom humor. Contou-nos que, ironicamente, os jogadores brasileiros do Milan, clube do qual é conselheiro, têm um grande interesse e uma cultura de vinhos maior do que a dos jogadores italianos. Confirmou, inclusive, que o capitão Cafu é um coineusseur.

Criticou fundamentadamente as taças flute para beber espumantes mais encorpados e aromáticos como os Franciacorta e Champangnes. E mais, enfiou no copo seu nariz italiano despudoradamente para apreciar os deliciosos aromas de seus vinhos. E por que não seria assim? Afinal, ele nem sabe da existência dos enochatos. E não tem nenhuma razão para se sentir intimidado pelos "espertochatos".